O Papagaio João é o rei da opinião!


Olá Amigos!
Eu sou o papagaio João. Também me chamam o rei da opinião, mas ainda não percebi porquê.
Estou a escrever-vos esta carta pois ouvi dizer que estão a organizar um grupo para nos contarmos sobre como estamos a lidar com esta situação de quarentena.
Como ainda não vos conheço, vou imprimir esta folha e transformá-la num avião de papel que atirarei pela janela. Aceito resposta de qualquer um de vós.
Passo a apresentar-me: vivo num apartamento na Rua do Nunca, número infinito. Costumo falar muito, mas a bem da verdade, repito apenas o que vou ouvindo. Se houver falta de tino nas minhas conversas não liguem. Dizem que sofro de psitacismo. Não sei bem o que é que isso quer dizer. Falar já é uma proeza minha agora consultar o dicionário… Isso é outra conversa. Espero que não seja nenhum primo do Covid 19.
Se algum de vocês me souber explicar o que isto é agradeço. Talvez a amiga …. que está a investigar sobre o desaparecimento das máscaras, nas farmácias… Porventura algumas das crianças que vão ler estas cartas me possam esclarecer. Fico à espera.
Nesta casa vivem também o senhor ser João, casado com a senhora Joaquina. Têm três filhos: o Joaquim que tem 15 anos, a Júlia com 9 anos e o Jorge com 6. 
Não é que queira dar a minha opinião, mas penso que poderiam ser mais criativos nos nomes!
Até a semana passada, estava confinado à minha gaiola, amarrado por uma corrente dourada. Nesta sexta feira, libertaram-me. Ainda estou para perceber porquê?
Até a semana passada, toda a família saía da casa ainda escuro e só à tarde, perto do anoitecer, regressavam. Viviam numa correria. Algumas vezes brincavam comigo, mas tinham todos muito que fazer.
Algo de estranho se passou!
Há já alguns dias que ninguém saí daqui. Aos poucos fui-me apercebendo que é por causa do vírus de que tenho ouvido falar na televisão de manhã até à noite.
Não é que queira dar a minha opinião, mas acredito, que apesar de termos de ter muito cuidado e respeitar todas as recomendações, este vírus tem muita coisa positiva. Passo a explicar: gosto muito de ver os programas sobre animais, nos quais os humanos observam o nosso comportamento. Esta semana, virou-se o feitiço contra o feiticeiro, tenho andado a observar o comportamento dos humanos. São muitas as surpresas. Vejo que os adultos estão muito preocupados, afinal, também têm medos… Acho que eles deviam escutar mais as crianças. Elas sabem que isto é uma situação passageira e que tudo vai terminar BEM. A Maria, que vive no andar debaixo, pintou um grande arco-íris e pendurou-o na janela. As crianças todas sabem que a solução para este problema será encontrada, em breve, no final deste arco colorido.
E conto-vos mais coisas bonitas que tenho observado. O João, que passava o dia ligado ao telemóvel, todos os dias brinca com os irmãos. Descobri que ele também sabe falar. Jogam às cartas, aos quatro em linha, ao dominó… Não é que queira dar a minha opinião, mas acho que não era preciso um vírus … Será o vírus da amizade? Ainda não percebi bem.
Por agora despeço-me e se continuarmos esta correspondência, tenho muitas outras coisas para vos contar.
Não é que queira dar a minha opinião, mas penso que os humanos estão mais humanizados…
Agora que estou solto, podia voar, voar pelo céu azul, hoje no dia da poesia…
Sou um papagaio responsável! Ficarei em casa com a minha família!
Não é que queira dar a minha opinião, mas “o seguro morreu de velho”…



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